sexta-feira, 24 de julho de 2015

 
 
 
 
 
SAVANA

Apegado à vida busco um sonho
o sonho de ser livre como a nuvem de algodão,
ou um bando de aves em revoada
que migra para além das fronteiras fictícias.
Assim fujo dos estereótipos impostos
pelos sonhos maculados dos idiotas,
de narizes aduncos, sem faro,
olhos sem retinas, e íris opacas,
cheios de ideias podres
que imaginam  serem absolutas.
Autóctone levito e delicio meu berarubu,
com jubilo sonho, mesmo que seja o sonho de um só.
Minhas lágrimas encharcam o chão da savana,
e um cheiro de vigarice contamina o contexto,
brotando impuras cascatas, e corruptas cachoeiras,
onde  se abastecem os “moralistas” retóricos,
escudados pela a força  do poder,
e assim fazem chorar as mães do crack,
e perecerem os filhos do tráfico,
todos vitimas  de mundo tribal.



Geraldo Gam

quarta-feira, 15 de julho de 2015


 
MEDO DOS HOMENS

Tenho medo do olhar dos homens,

do olhar de todos os homens,

por não saber quem são os verdadeiros homens.

Tenho medo do riso dos homens,

do sorriso sarcástico dos homens,

do riso que mascara a malevolência dos homens.

Tenho medo da bondade dos homens,

sinto maldade nessa atitude dos homens,

que fingem eternas bondades aos homens.

Tenho medo do amor dos homens,

um amor empedernido no coração dos homens,

amor impudico desses homens.

Tenho medo do aperto de mão dos homens,

uma mão que sela o destino de homens,

que sentencia a vida dos homens.

Tenho medo de me conhecer como um dos homens

pois tenho: o olhar dos homens;

sorriso dos homens;

a bondade dos homens;

o amor dos homens;

a mão dos homens;

só não tenho o poder de alguns homens,

no entanto sou um dos homens.

Geraldo Gama